"Menino-flor" - Homenagem a João Hélio

Um menino apenas, um sorriso simples e ingênuo.

A inocência brotando em meio a ervas daninhas,

A todo custo, semeado e germinado com amor,

Nasceu!

Mas a violenta tempestade veio:

Ventos fortes, pingos de água furiosos...

Numa noite plena de verão!

O fiel jardineiro, que desesperadamente tentará

socorrê-lo:

Fora vencido pela natureza mascarada.

Aos poucos o menino-flor desvaneceu!

Perdendo suas pétalas,

Sua cor desbotou.

No instante seguinte,

No mesmo céu um clarão:

Lá estavam: o menino e a flor!

Aqui, abaixo da casa do criador,

A tristeza causada pela ausência...

Pelo desamor da anti-mãe natureza,

Insensível e indigna.

Diante do céu, da anti-mãe-cruel-natureza:

Um complexo sentimento de derrota,

De imponência e

De eterna saudade!

Homenagem ao garoto João Hélio, mais uma vítima da

violência que assola nosso país!

Eu não tenho palavras para descrever a minha indignação.

Neste poema, procurei retratar uma anti-mãe-natureza que

fosse o retrato destes que demonstram claramente a

capacidade que o homem tem de deturpar tudo aquilo que o

criador nos ensinou.

O menino-flor é um signo da humanidade indefesa, uma

simbologia que remete a inocência flor que murcha diante

das agressividades impostas por esta anti-mãe-natureza.

Silêncio, é tudo que preciso!