SINA

Um cinza, uma interna turbulência,
Deixam minha alma nua, perdida,
Põe-me como quem perde uma partida,
É uma dor que não tem tangência.


Movido pelo desespero, grito,
Ninguém me ouve, vem ao meu encontro,
Infiltrado em meus enigmáticos conflitos,
Ante a longa estrada, me desmonto.


Angustiado fico assim, olhar vago,
Pranto misturado com a chuva fina,
Um eu sem eu, sem luz, sem o afago,
De um anjo nessa tortuosa sina.


De repente, algo envolve o meu leito,
Como a brisa envolve a solitária nuvem,
É um verso poético, nele me ajeito,
Sinto que sou ao menos alguém.


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UM GRITO

 Envolvido num silêncio denso e fundo,
uma angústia toma conta do meu peito.
Será que ando sozinho neste mundo?
Choro, grito, num dilema, num conflito,
afinal, se eu protesto é meu direito.


 Neste verso que escrevo busca ajuda.
Se acaso alguém ouvir-me, me acuda.


(HLuna)