ilesa recordação

Senti a lâmina da saudade cortar nesta noite gélida e tétrica.

eu teria outras bocas as quais beijar, mas somente a sua vem me tentar!

Em um instante traçado, a arte amarga da lembrança é desatino, é minha insegurança. Bem, eu quereria que fossem reminiscências, apenas.

É estranho o quanto os meus olhos não estão fitos no horizonte.

Arraigados, quase que abruptamente, na sua imane escassez.

Invulgares bocas tocadas sem aquiescência social praticariam amor descomunal, se o fim não viesse como factual.

Habituei-me a viver de suas ilesas recordações, mesmo querendo, que fossem nada mais do que apenas reminiscências.

Eliane Vale
Enviado por Eliane Vale em 09/07/2012
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