Angústia Revelada
Porque as almas visitas
Assim sem pedir licença
Semeias a dor profunda
Indiferente á clemência
Porque invades corações
Revolves sonhos desfeitos
Fazes caminhos estreitos
No vazio de escuros leitos
Porque provocas o pranto
A tortura e o desencanto
Diante do fel das partidas
Do adeus sem despedidas
Porque cegas a tal razão
Subtraindo o bom senso
Acorrentando o existir
Nos opostos do porvir
Porque projetas farrapos
Sepultas a luz da esperança
Embaças o sol das manhãs
Ocultasa insanidade pagã
Porque crias tanto abismo
Nas vias do pobre destino
Angústia que vidas matas
Na desilusão que retratas
(Ana Stoppa)