O ultimo poema.
Nunca mais...
Nunca mais as palavras transformadas em reluzentes...letras.
Nunca mais...
Nunca mais os versos dançando sobre meu olhos...
Nunca mais...
Nunca mais minha essência nua mostrada nesse canto...
Nunca mais, nunca mais...
Nunca mais meus poemas chorados nesse canto e recanto...
Pois, que sangrando por dentro e por fora, escrevo meu último poema, perdido nesses tristes e insanos versos.
Adeus, canto!
Adeus, meu cantinho tão chorado!
Chegou a hora de ir...
A hora de partir... partir para sempre.
Nunca mais a alma mergulhada no sabor de tristes melodias.
Adeus, canto!
Adeus, recanto... recanto de meu mais doloroso pranto!
Adeus, adeus para sempre!
Que minhas palavras sejam incineradas!
Meus versos apagados por outros de outros que poetarem melhor do que eu.
Fica aqui minha lágrima mais chorada!
Minha dor tão dilacerada e escancarada!
Minha poesia triste, melancólica e apagada, parte para as trevas de onde um dia vieram.
Adeus, adeus para sempre e para toda eternidade!
Vou para onde não haja crueldade nem injustiça!
Vou para onde não haja versos porque, simplesmente não existe mais palavras.
Agora é só o frio, o frio de meu ... meu silêncio.
Vai se embora alma minha, junto desse indivisível sofrimento!
Não, quero mais o tormento...
Eu quero me perder desse sentimento...
Sou agora como uma pedra, uma pedra que não sofre, não chora, não lamenta, não sonha e nem poeta.
Para que poetar se quanto mais poetizo, mais sinto minha alma ir para longe... para longe de mim?
Então, vou me embora, partir para longe...
Lá para onde a poesia nunca me alcançará...
Não quero mais a poesia e nem a hipocrisia desse mundo.
Me retiro em sangue desnudo na carne em brasa viva ferida...
Último... meu último poema... um emblema dessa existência cheia...cheia de problema...
Adeus prolongado e sepultado para sempre nessa triste e desconsalada página.
Adeus, canto!
Adeus, recanto!
Adeus por hoje, amanhã e por toda, toda a eternidade!
Adeus e até... até nunca... nunca mais.