Perto do fim...
Perto do fim...
Poderá haver certeza?
Ou tudo se perderá na incerteza?
Minhas lágrimas jogadas fora...
Minha alma presa nas labaredas do inferno mais que febril.
Teias... labirintos... redes perfazendo minha essência.
Perto do fim?
O que foi que eu vi?
O que foi que eu fiz?
Porque nunca, nunca fui feliz?
Cadê a paz que morreu em meu coração?
Flutua o céu sem cor de minha tristeza obscura.
Em meio ao meu sangue... os derradeiros momentos finais.
Ajoelhado por sobre meu corpo, abraçado ao chão de minhas lágrimas...
Tudo é dor aqui dentro.
Mergulhado na obscuridade de uma existência tão triste e pertubadora.
Caminhos desregrados...
Colera no coração rancoroso.
Por que não me livro desse tormento doloroso?
Chora, alma minha presenciando e pressentindo a cada dia o fim de algo que talvez nunca nem sequer tenha começado.
Porque perto do fim, nada mais há além de minha tão sollitária...dor e do meu mais frio rancor.
Despedaçaram minha alma, como se despedaça uma rosa por entre os dedos.
Esmagaram minha carne como que passando com um trator por sobre meu corpo.
Devoraram minha carne como se fossem urubus.
Maldito mundo cruél e insensível que mataram tudo de vivo que mais havia em mim!
Lugar qualquer...
Lugar nenhum...
Agora eu só espero o fim, o fim de algo que nem sequer começou.