Pescador de Ilusões

Sentado a beira do abismo,

Pescando peixes da fartura,

Tão solitário às vezes cismo,

Que o sonho é levedura

Agora espero com paciência

Algum peixe morder a isca,

Vivendo com a feliz aparência

Desta tristeza que me risca

Aqui dentro já não me bate

O coração vivo e sorridente,

Qual peixe na rede se debate

Jaz morto de tão dormente

Leve-me ao remanso do cais,

Lá o cardume se debate calmo

Mas sou um pescador sem paz

Que cava a ilusão a cada palmo

Não mereço honra ou mérito

Pescar ao mar simples porções

Na existência sou um intrépido

Um pobre pescador de ilusões!

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 23/06/2012
Código do texto: T3739635
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