Café de angustia
Em minhas letras de solidão
Condiz a qualquer três
Dizeres sem restrição
Mas o que teria para
Restringir nada além
De minhas poucas palavras
Diga-me o que queres
Com essa chuva passando
Que cai de baixo pra cima
Como estivesse invertida
O sentido da vida
Não sinto vontade de ser
Importante falador que se
Delicia com os prazeres
Da sociedade e se diverte
Com bobagem
Quero sentir o que
Não se conhece bem
Amor misturado com
Esses tipos de sensatez
Quando não se tem mais
O que dizer e ver
Minha letra também
Parece que adoece
Mas não acho não
Que seja doce essa dor
Só um sentimento amargo
Profundo de desilusão
Comigo mesmo
Por me tornar um incapaz
Insensato de que dizem
Que a vida é o que se faz
Para mim é então
Poesia sem fim
Que cada um deixa inacabada
Quando se vai para um adeus
Que se sabe concerteza
Poucos desacredita e muitos
Temem...
Só um muito mais
Profundo que todos
que acham prazes
nesse lugarejo
chamado vida
cheia de angustia
e café bom...