Carrancuda
Na feição cismada,
Traços de feiura
Teu olhar de carrancuda
Arranca medo até de gente sisuda
Corro de ti
Para não escorregar na maldição
Assusta ver na face tamanho agouro,
Semblante de quem gera dor e traição
No rosto,
Nada mais que a maldade como adorno...
Descamba verdades como muambas,
Defende a dureza da frieza
Boicota minhas crendices,
Carrega a descarga da impaciência
Bufa injúrias e judia
Faz de qualquer raiz de esperança
Raízes de erva daninha...
Dane-se
Faço juras de soltura
Mass minha coragem é solteira
Solto lágrimas pelo chão
E a carranca zumbe sem comoção
Minha mente se perde insandecida
E teus gritos de guilhotina
Decapita cabeça e razão...
Assim ganha
Mais uma carranca para sua coleção.
Foi-se à força
Para foice...
Minhas forças!