Os meus glóbulos vermelhos
Sorvidos por tua garganta
Que não cansa
Desse horrível gargarejo...
Tu és sangue do meu sangue,
Mas me sugas,
Até deixar-me exangue!
Regorgitas minhas plaquetas,
Nessa refeição infame,
Para a qual não há gorjetas,
Só vexames!
Tu és sangue do meu sangue,
Mas teu sangue não te basta,
Queres o meu,
Para encher as tuas taças!
A vingança perpetrada
Porque não te dei razão,
A garganta perfurada
Pelos teus caninos grandes...
Tu és sangue do meu sangue,
Mesmo assim, não te garantes,
Pois desejas
Meus leucócitos e hemácias!
Tuas taças estão cheias,
Gargareje, regorgite,
E me sirva aos teus amigos!
***
Imagem: micróbios vampiros (staphylococcus aureus) alimentando-se de sangue humano