Rubra Melancolia

Vermelho, a cor do véu,

Do cálido sentir alojando-se

Já nos meados do inverno,

Adentrado do vinho, e do prata dor!

Encouraçado

Dentre os amiúdes da solidão,

Junto-me aos meandros ofertados, a mim,

Pelo dom da arte de usar o que transpira

Do velho tinteiro, encantado no carmim!

De cada palavra

Tenho uma certeza: sóis e luas

As conduzem pelo bem querer!

Sendo parte deste verso

Que se cala pela nudez da opereta,

Criando por talhas e sentenças

Universos que dão nome ao avesso,

Nascido nos confins da pele e alma de amar!

Das quimeras um estandarte flama!

Cometas e gametas pela galáxia,

Fazem-se leme para a eternidade!

Das arenas legitimadas pelo destino,

Germinou o amor nos tons do cálice.

Dos trigais que brotaram do silêncio

O gostar se fez anfitrião das letras,

Lírio dos ventos!

21/06/2012

Porto Alegre - RS