Rio +

Em c. 1660 o Filósofo Espinosa (1632 – 1677) propôs sua “Filosofia da Natureza” como uma “Extensão de Deus”. Abusando da “Licença Literária”, diremos que propôs ser o Mundo o “corpo físico” de Deus.

Em 1960, o cientista britânico James Lovelock propôs sua Teoria chamada de “Hipótese de Gaia”, na qual defende o ponto de vista da Terra ser um “organismo vivo”.

Reutilizando, novamente, a “Licença Literária” pode-se imaginar que o Homem é um micróbio (ou uma micro vida, semelhante aos milhões que habitam o seu próprio corpo) que se hospeda no interior do “Corpo de Deus”, ou no “Organismo Vivo”.

Pois bem, quando os micróbios que habitam o Corpo do Homem prejudicam sua saúde e ameaçam sua existência, recebem como resposta a mais completa eliminação através do uso de medicamentos.

Mas não se sabe se os Micróbios que habitam o corpo humano tomam voluntariamente, ou por mera ignorância o remédio que os haverá de exterminar.

Quanto ao Homem, sabe-se que sim...

Canta a moça latina

sua santa fúria

e bendita adrenalina.

E clama aos Donos da Vida

uma estrada não suicida.

Que saibam, geme em Mi Maior,

que o Tempo urge

e da ameaça que surge

em cada urro extinto,

em cada rio acabado

e em cada monte saqueado.

Mas são moucos

os ouvidos burgueses

dos impassíveis Reis do Mundo.

Só lhes preocupa

a fatal mercância

e o sustento da

própria extravagância

(triste arrogância).

E logo se pressente

o fracasso de tantas

"Rio + 20",

pois sustentabilidade

soa-lhes como um acinte,

já que lhes inexiste

a geração seguinte.

Pouco lhes importa o Futuro,

pois só ambicionam

o espúrio lucro

da Prostituta "Rua do Muro".

Pouco lhes importa o

canto latino da moça

que se lhes arroja

(E que, Quixotesca,

lhes enoja).

Pouco lhes importa

a outra geração

que insiste vir.

Só o ouro lhes

interessa.

Só a rapina pregressa.

Ainda que a vida

nos despeça.