Vapor Barato

E anda ele trôpego

Nas suas idéias

De idéias vastas

E respiração curta

E equilibra-se

Na corda bamba

Do seu viver parco - anárquico!

E ele não quer descer

E nem quer abraço.

Desequilibrar-se - objetivo!

Desequilibrar

Cochichar

Intrigar

Gargalhar sozinho

Fazer estremecer

Almas amedrontadas

E deixar remorso...

E nenhuma saudade - objetivo!

O mundo é vasto - nos pensamentos teus!

Ideais... Ideais...

Perderam-se todos!

No teu discurso

E urinaram em cima.

E ele?

Anda anarquista por aí!

E não está nem aí!

E quer ser só!

E pensa que ainda

Está sob as luzes

Dos palcos!

Não...!

"Eles Não Usam Black-Tie!"

Não mais.

Estás apenas no palco - da vida!

E te esqueceram

De acordar.

E vives tu - lucidamente

Perto da loucura - tua!

No torpor

Das idéias tuas - insanas!

Que chegam-te todas

Pela fumaça que sufoca-te - hoje!

E tentas tu

Engoli-la à vapor

no trago do teu uísque - barato!

Tão barato...

Quanto a vida desta

Que diz acompanhar-te - hoje.

Brindo contigo:

Às tuas escolhas!

E guardo o meu copo...

E sinto-me vazia

Tanto quanto o copo.

E "dessinto"

O que nem sei o que sentia.

E oro por ti - à tua desgraça!

E oro por nós - à nossa desgraça!

E não sei se agradeço...

Ou se praguejo...

E apenas choro.

Karla Mello

22 de Junho de 2012

Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 22/06/2012
Reeditado em 06/10/2017
Código do texto: T3737634
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