*** Naúfraga ***
Solto as amarras que me prendem
À superfície
Desci ate o fundo do meu eu
Neguei-me qualquer luz, qualquer fio de esperança.
Para tentar te esquecer
Quanta ilusão...
Pois teimas em estar entre meus escombros
Tentar!
Tentei tantas vezes
Quando penso que sepultei você
Entre tantos sonhos
Você se descobre gritando por mim
Tampo os ouvidos
Pois não quero te ouvir
É preciso fugir! Fugir
E mesmo assim continuo te ouvindo
Cada vez mais alto
Para meu espanto e para minha desgraça
Descubro... Que vives dentro de mim
Es parte de mim e já não sei como suportar
A dor e a saudade
Tão pouco viver
Com você...
E sem você.
Bilherbeck
São Paulo 18/01/87