paixão no peito de ninguém

Sinto hoje, que o amor é morto

fez-me assim a vida mais vazia

assim como fez minha cama mais fria.

na mão, até meu cigarro é torto.

Uma febre me afasta da alegria

e cada vez mais, pego-me absorto

num deserto, a procura de um porto

e de arrebatamento, nas carnes de uma vadia

descanso no sono que não vêm

paz, numa cidade que não é minha

força num corpo que definha

e paixão no peito de ninguém

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Sinto hoje, que em mim, o amor é morto

e fez assim, a minha vida mais fria

fez da minha cama uma imensidão vazia

e na minha mão, até meu cigarro é torto.

Bêbado e febril, apartado da alegria

cada vez mais, pego-me absorto

neste deserto, já não acho um porto

naufraguei no mar da poesia

De noite, o sono não me vêm

só o que tenho é esse frio na espinha

e esta saudade de ninguém

Me dói esta dor que não é minha

mas que me preenche e vai além

além da carne, é minha alma que definha

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 19/06/2012
Reeditado em 15/08/2017
Código do texto: T3731938
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