MEMÓRIAS
Sentado ao relento, no vento
Escuto meu tormento, momentos
Embora a tranqüilidade exista, persista
No meu âmago choro, imploro
Com o semblante cansado do infado
O labutar diário humano, profano
É algo pelo qual me arrependo, morrendo
E sufoco meu pranto, meu canto.
Às vezes nem eu mesmo me entendo
Fico indagando, prorrogando o sentido
Será que estou arrependido, dorido?
Será que estou ferido, sofrido?
O corpo já não é o mesmo, fico a esmo
Um objetivo pequeno, um esforço gigante
Fico cada dia mais distante
Do que outrora era, um “fera”
Jamais imaginei que um dia seria
Tão amargo, senil, pueril
Sinto que o fim da guerra chega
Minhas batalhas findam enfim
Foi bom, foi ruim para mim
Cantei, chorei, me alegrei com a vida aguerrida
Mas tudo que começa termina, é sina
Aqui então me aquieto, incerto do que virá.