MEMÓRIAS

Sentado ao relento, no vento

Escuto meu tormento, momentos

Embora a tranqüilidade exista, persista

No meu âmago choro, imploro

Com o semblante cansado do infado

O labutar diário humano, profano

É algo pelo qual me arrependo, morrendo

E sufoco meu pranto, meu canto.

Às vezes nem eu mesmo me entendo

Fico indagando, prorrogando o sentido

Será que estou arrependido, dorido?

Será que estou ferido, sofrido?

O corpo já não é o mesmo, fico a esmo

Um objetivo pequeno, um esforço gigante

Fico cada dia mais distante

Do que outrora era, um “fera”

Jamais imaginei que um dia seria

Tão amargo, senil, pueril

Sinto que o fim da guerra chega

Minhas batalhas findam enfim

Foi bom, foi ruim para mim

Cantei, chorei, me alegrei com a vida aguerrida

Mas tudo que começa termina, é sina

Aqui então me aquieto, incerto do que virá.

valdemir lima
Enviado por valdemir lima em 13/06/2012
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