Angústia Minha
Quando a música toca,
Tenho à grata sensação de estar voando.
No sentido literal do verso doando-se
Às pautas vazias, mas nunca esquecidas
Pelo instrumental elege do viver!
Nesta senda prosaica,
De palavras entregues pelas estações
Aprendi que não basta somente o vinho no cálice,
Precisa-se sentir da essência o que diz à saudade
Latejando entre às lagrimas no seio do verbo!
Divagando pelas luzes do outrem,
Alço-me sangrando em apelos
Jurados em tertúlias, cumplices raros
Por desejos esculpidos no parnasianismo do ser,
Dou graças ao poema adormecido no peito!
Encantado pelo orvalho sobre a flor,
Volto-me ao retrato entalho no sentimento
Ecoando pelos sítios cobertos de trigo,
Dourando minhas mãos na poesia
Que veio de um longe tão perto, que pude beijá-la!
Fazer um novo fim para outro começo,
Ou deixar que destino decida meu próximo anverso?
Como capataz do silêncio,
Sigo minhas letras, colhendo de cada uma
A esperança de sentir o amor!
04/06/2012
Porto Alegre - RS