CHORO
Estranho é esse canto que eu canto,
Que não tem nada de encanto;
Somente a lamuria de um pranto.
Estranho é esse canto que eu canto,
A agonia pálida de uma morte anunciada,
Convulsão epilética de uma estátua..
Estranho é esse canto que eu canto;
Nada existe na alegria dessa vida bandida,
Só restou uma melodia moribunda e atrevida.
Estranho é esse canto que eu canto,
Um gemido de uma dor chorada;
Um grito e uma revolta.
Estranho é esse canto que eu canto,
De um caminho sem sinais;
De um adeus até nunca mais.