O que farei?

O que farei?

Perdi alguns anos por aí,

sem mexer o pé

sem validar a sabedoria me posta.

O que farei?

Com sangue já avançado

apenas nalgum tostão no bolso,

contratos rasgados, sem esforço.

O que farei?

Ainda não entendo Dante Alighieri,

não li nem sequer metade do dicionário,

não sei soletrar com naturalidade,

minhas faculdades estão enferrujadas

inteligências pouco desenvolvidas.

O que farei?

Desperdicei anos e anos de letras genuínas,

e leituras matutinas

tanto e tanto tempo sem esmero

preguiça predisposta,

vivi a vida com histórias vergonhosas.

O que farei?

Confuso, duvidoso?

Pelo que?

Tenho minha esperança do sol trabalhador amanhã.

Preocupado com o suor de amanhã,

com a perseverança dos anos porvir

a solicitude pelo amanhã irá corroer-me?

O que farei se estiver a mercê da ansiedade?

O que farei?

Não importa,

tudo isto veio e voltará ao pó

terei meu sustento digno de providência.

Não sei, não sou

este é meu orgulho, meu presente.

É o que me foi concedido,

obrigado Pai, assim Lhe aprouve.

Minha esperança inabalável fitada no autor e consumador,

não por minha,

este é o bem mais precioso

conhecimento mais precioso.

Obrigado Pai,

pelo tesouro mais valioso de toda existência,

obrigado.

Cesare Turazzi
Enviado por Cesare Turazzi em 02/06/2012
Reeditado em 02/06/2012
Código do texto: T3701301
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