O que farei?
O que farei?
Perdi alguns anos por aí,
sem mexer o pé
sem validar a sabedoria me posta.
O que farei?
Com sangue já avançado
apenas nalgum tostão no bolso,
contratos rasgados, sem esforço.
O que farei?
Ainda não entendo Dante Alighieri,
não li nem sequer metade do dicionário,
não sei soletrar com naturalidade,
minhas faculdades estão enferrujadas
inteligências pouco desenvolvidas.
O que farei?
Desperdicei anos e anos de letras genuínas,
e leituras matutinas
tanto e tanto tempo sem esmero
preguiça predisposta,
vivi a vida com histórias vergonhosas.
O que farei?
Confuso, duvidoso?
Pelo que?
Tenho minha esperança do sol trabalhador amanhã.
Preocupado com o suor de amanhã,
com a perseverança dos anos porvir
a solicitude pelo amanhã irá corroer-me?
O que farei se estiver a mercê da ansiedade?
O que farei?
Não importa,
tudo isto veio e voltará ao pó
terei meu sustento digno de providência.
Não sei, não sou
este é meu orgulho, meu presente.
É o que me foi concedido,
obrigado Pai, assim Lhe aprouve.
Minha esperança inabalável fitada no autor e consumador,
não por minha,
este é o bem mais precioso
conhecimento mais precioso.
Obrigado Pai,
pelo tesouro mais valioso de toda existência,
obrigado.