ll. D'aQui a pOucO aCaBa a ViDa*... .ll
* inspirada em Fernando Pessoa: "De aqui a pouco acaba o dia"
___________________________
A alma murmura enegrecida
Pela cinzenta tarde que, ora, desce
Porque com ela segue e arrefece
Esta: a mais medíocre das vidas...
E se todas as tardias despedidas
Fossem meias palavras e sensatez
Seria a mais medíocre das vidas
A simbologia da lucidez...
Mas é co'esta história, assim pequena,
Que passa pelo mundo emudecida
A mais medíocre das vidas
Sob a mais severa e tortuosa pena...
É a minha estrada esburacada
E é a minha sina viver em cena...
Odiar a juíza que me condena
A esta saga amena, entediada...
Porém, o que trará na alva breve
Que a aurora triste já não leve?
E o que mudará na noite esperada
Que não outra hora de tristeza e neve?
Porque em meu peito bate cansado
Um relógio alado à carne atado.
Bate insanamente e enfadado...
... e quer soltar-se, encontrar respostas...