O PASSADO NO PRESENTE
Terei que enfrentar o inóspito com dignidade
Não posso ser um autômato de olhar ígneo
A recente ferida que em mim pulsa latente
Não pode inexcedivelmente torturar-me
Como algo instigante e enigmático em mim
Não como algo imponderavelmente em si
Indescritivelmente antagônico ao momento
Não contra sentimentos remanescentes
Aflorados em teu passado tão presente
Não vedado e vendado em teu recanto remoto
No deslumbramento de um oscilante momento
Não extirpado na essência de tua totalidade
Ancorado em contatos de pura discrição
Não descritos mas implícito subliminarmente
Levado pelos caudais de velhas desconfianças
Não natimortos pelo silêncio sepulcral desse ente
Encravado nas paredes do que poderia advir por si
Não extraído dos sentimentos posto que germine
Mesmo ante tantas declarações de negação do mesmo
Não houve de fado assim uma desvinculação plena
Onde o novo pudesse nascer crescer florir e frutificar
Não na extemporaneidade desse presente em ti
Sabendo-me inapto para esquecer o amor em mim
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