O PASSADO NO PRESENTE

Terei que enfrentar o inóspito com dignidade

Não posso ser um autômato de olhar ígneo

A recente ferida que em mim pulsa latente

Não pode inexcedivelmente torturar-me

Como algo instigante e enigmático em mim

Não como algo imponderavelmente em si

Indescritivelmente antagônico ao momento

Não contra sentimentos remanescentes

Aflorados em teu passado tão presente

Não vedado e vendado em teu recanto remoto

No deslumbramento de um oscilante momento

Não extirpado na essência de tua totalidade

Ancorado em contatos de pura discrição

Não descritos mas implícito subliminarmente

Levado pelos caudais de velhas desconfianças

Não natimortos pelo silêncio sepulcral desse ente

Encravado nas paredes do que poderia advir por si

Não extraído dos sentimentos posto que germine

Mesmo ante tantas declarações de negação do mesmo

Não houve de fado assim uma desvinculação plena

Onde o novo pudesse nascer crescer florir e frutificar

Não na extemporaneidade desse presente em ti

Sabendo-me inapto para esquecer o amor em mim

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Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 29/05/2012
Código do texto: T3694699
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