Nietzsche está morto.
Deus está morto - dizia ele.
Louco!
Ousou dizer, ousou fazer,
louco!
Deus está morto, e eu o matei - dizia ele.
Em sua loucura pereceu!
Agora ninguém mais o vê,
ou chamam pelo nome.
Seus seguidores não possuem mais seu mestre,
apenas em memória,
loucas memórias.
Anotações insanas, de alto teor irreverente.
Suas memórias de nada valem,
pelo que valeriam?
Elas são feitas de papel, nada mais
escritos sem vida,
e ensinos mortos em loucura.
Chora, clama, range os dentes
isso que ele fará hoje, fez ontem, e fará amanhã.
Um amanhã para sempre, sem fim ou descanso,
pois ele está morto.
Agora clama por salvação,
geme e grita por misericórdia
mas o tormento é eterno, sem parar
o fogo jaz e jazerá sempre e sempre.
Nem uma gota d'água para aliviar seu fogo.
Pereceu, e os santos o assistem dia e noite.
Não, não há esperança para ele!
Ele pereceu sem Deus.
Ele foi seu próprio deus
e ironicamente, vendo seu dito
se matou.
Nietzsche está morto - dizemos nós.
Ele está morto,
e para ele não restam esperanças,
pereceu em sua loucura
sua alma é pura tormenta.
Deus está morto - dizia ele.
Nietzsche está morto - diz Deus.