DISSIPAR-ME
Juliana Valis
Queria apenas dissipar-me
Em mais de mil átomos de inexistência
E fundir no sol o verso desse alarme
Sempre imerso em minha vã demência
Como se a fluência do vento me fuzilasse
Sem amor, sem sombra, neste impasse
Queria apenas dissipar-me
E ver que o mar apenas leu meus versos
E fez de mim um sonho além da carne
Assim, no sublime amor dos universos,
Além da tristeza que vem e que me invade
Além da incerteza em vácuos tão dispersos
Não, não queria existir, mas já é tarde,
Não queria respirar, além do vento,
Nesta chama que me fere e tanto arde
Céus, quem criou o sofrimento ?
Sim, quero apenas dissipar-me
E não mais ver a estupidez do mundo
Sem voz, sem vez, no alto alarme
Que toca a insensatez do verso mais profundo,
Pedirei um guincho para levantar-me
E, assim, jogar-me na foz que, no infinito, inundo.
Juliana Valis
Queria apenas dissipar-me
Em mais de mil átomos de inexistência
E fundir no sol o verso desse alarme
Sempre imerso em minha vã demência
Como se a fluência do vento me fuzilasse
Sem amor, sem sombra, neste impasse
Queria apenas dissipar-me
E ver que o mar apenas leu meus versos
E fez de mim um sonho além da carne
Assim, no sublime amor dos universos,
Além da tristeza que vem e que me invade
Além da incerteza em vácuos tão dispersos
Não, não queria existir, mas já é tarde,
Não queria respirar, além do vento,
Nesta chama que me fere e tanto arde
Céus, quem criou o sofrimento ?
Sim, quero apenas dissipar-me
E não mais ver a estupidez do mundo
Sem voz, sem vez, no alto alarme
Que toca a insensatez do verso mais profundo,
Pedirei um guincho para levantar-me
E, assim, jogar-me na foz que, no infinito, inundo.