PURGATÓRIO

Escuta
Minha voz quer falar
Estão abertos os sulcos
Meu peito mal respira
Temo que ainda haja um caminho
Pois força pra segui-lo
Não há
Estou entregue a vilania
Escravo de meus impuros
Refém de meus pecados
Amarga bebida
Que me sacia a sede
Mas não alivia
A alma
Suplico compaixão
Ao meu destino
Rogo que me venha
A aurora
Mas a noite não avança
Meus olhos costurados
Minha boca vadia
Gargalha um gozo profano
Enquanto choram
Meus sonhos caídos
Este é meu purgatório




 
Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 23/05/2012
Reeditado em 23/05/2012
Código do texto: T3682959
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