Na hora da zona morta
Em tempo real, não careço mais da vida!...
Foi-se meu lume com teu círio, no aral!...
Falecendo brilho!... No cume jaz; – martírios!...
No retiro imperante, as lágrimas permeiam!...
Fatal desalento em face, dilacerando lírios!...
Na consternação, do declínio que opera!...
Angustiante espera, de um vago vindouro!...
Diante do a partir que impera, gemedouro porvir!...
...hei de encontrar, um alívio sem pesar!...
Para essa hora cruciante, que não tarda na
esfera, e a nada reduz!... Sem a tua luz, meu
globo terrestre, apaga!... Na aurora, pouco distinta!...
O despovoado é preciso, exasperado!... Nas tintas,
mal pintado, com a penúria dos pincéis, descoloridos!...
Medonho colírio, que esfrega o mal nas vistas,
avigorando os escolhos, por outrora já perdidos!...
(Airton Ventania)