Na hora da zona morta

Em tempo real, não careço mais da vida!...

Foi-se meu lume com teu círio, no aral!...

Falecendo brilho!... No cume jaz; – martírios!...

No retiro imperante, as lágrimas permeiam!...

Fatal desalento em face, dilacerando lírios!...

Na consternação, do declínio que opera!...

Angustiante espera, de um vago vindouro!...

Diante do a partir que impera, gemedouro porvir!...

...hei de encontrar, um alívio sem pesar!...

Para essa hora cruciante, que não tarda na

esfera, e a nada reduz!... Sem a tua luz, meu

globo terrestre, apaga!... Na aurora, pouco distinta!...

O despovoado é preciso, exasperado!... Nas tintas,

mal pintado, com a penúria dos pincéis, descoloridos!...

Medonho colírio, que esfrega o mal nas vistas,

avigorando os escolhos, por outrora já perdidos!...

(Airton Ventania)

Airton Ventania
Enviado por Airton Ventania em 22/05/2012
Código do texto: T3681978