Avise-me
Avise-me quando a tristeza se perder
E cambaleante chegar ao meu poema
Antes que as lágrimas afundem
E fiquem presas no mar a purificar-se
Avise-me quando a noite esconder
Os cometas que cruzam seu olhar
E fiquem presos para sempre
Nas sombras de meus versos
Avise-me da tempestade que se aproxima
Como miragem ou alucinação
Antes que meu barco aporte
Na ilha deserta que desenhei
Avise-me quando as palavras
Quiserem sair dos meus versos
Como os sonhos, em voo livre
Numa noite sem final
Avise-me...por favor
Para que não me esqueça
De dobrar o papel
Guardar a caneta
E esquecer os sonhos....