NÃO SEI POR QUE
NÃO SEI PORQUE
(Lena Ferreira)
Não sei porque
alma tão meiga, tão meiga
acorrentada em sonhar inquieto
vaga em abismos de sono secreto
colhendo musgos para a fogueira
Não sei porque
alma tão faceira, tão faceira
aprisionada em silêncio discreto
gradeia os precipícios prediletos
temendo liberdade crua, verdadeira
Não sei porque
alma tão imponente, tão imponente
amortalhada pelos medos incertos
enxerga o que não está por perto
quebrando os elos dessa corrente
Não sei porque
alma tão alma, tão alma
fechada em reticências, sem lenda
desfila seu silêncio sem legenda
tentando impressionar com sua calma
Não sei porque
alma tão serena, tão serena
contaminada por desgosto breve...
- deixa de lado; sê, de novo, leve
- deixa de lado; sê, de novo, plena