O palhaço.
Pinta o rosto todos os dias,
Sai de casa palhaço,
Anda sem direção com seus sapatos maiores que os pés,
É fruto de um sonho, sozinho ele ganha alguns versos,
Alguns risos,
Com o rosto pintado ele esconde o poeta,
Poderia ser um artista de circo,
Seria um palhaço novo,
Carrega saudade num nariz vermelho,
Sua peruca multicor, um arco íris solidão,
Em seu rosto todas as cores que não tem na alma,
Ao fim do dia o palhaço volta à sua morada,
Carrega um saco de presentes, mas não abre...
Pega um lenço e limpa o rosto,
O poeta de rosto branco e preto surge,
No fim do palhaço um poeta,
Seu rosto grave não esconde os versos,
Rugas e rimas, tudo tão pesado,
Quem diria que quem tem o dom de fazer rir,
Não tem o dom de ser feliz.