MANHÃ DE UM DIA
Naquele manhã, havia algo diferente no seu olhar
Um vazio aparente, que não era o seu normal.
Logo ele, que fazia da musica seu instrumento de convivência,
E do sorriso, sua palavra...
Porém, era um dia como outros dias
Com todas as suas obrigações.
A simples vontade de não ir, não abona a falta.
Nem naquele dia.
Num silencio, beijou a esposa.
Num suspiro, sorriu para os filhos.
Partiu, olhando o chão de barro até a condução.
Pendurado, sentiu o corpo balançar.
Até que foi a hora de soltar.
E caminhar até o trabalho.
Fez uma oração de bom dia.
Olhou o andaime e subiu.
Não ficou.
Caiu.
Sentiu, primeiro a dor;
Depois a alma.
Num Adeus que se desenhou.
Naquela manhã.