Cadê a lua? Taí?
Fujo das lembranças que sua luz traz!
Lua esquartejada em poça de noite
no meio da rua escura do meu andor.
Lua, lua que não posso mais amar,
escondo minha ternura
no travesseiro tresnoitado.
Lua pura que na noite escura
ignoras as estrelas companheiras,
as que brilham no pobre céu de meu olhar.
Julieta proibida cega com tua luz
os afagos proibitivos.
Ensina-me tua indiferença
de criatura da noite.
Como minha alma,
Criatura da meia-noite
de memória eterna.