"Eu sou ninguém."
Eu sou ninguém.
Todos me odeiam, até mesmo eu.
Como posso conviver comigo se não me convém,
ser alguém, vistou que sou o que já perdeu
o seu mais profundo eu, caindo...
no dínamo da vida incessante.
Tomada de percalços agonizantes,
dos menores desafios aos maiores labirintos...
Sendo ninguém, nada deveria estar sentindo
mas pelo contrário, sempre tem algo que me toma
algo que me corrompe o espirito,
fazendo-me ebulir, enrubescer como um flama!
Por que essa perseguição funesta e sem fim?
Por que tudo que busco se perde no taciturno?
Por que perco no sofá até uma agulha que me ajuda
quando costuro?
É como se não mais eu existisse em mim.
Como se todos os problemas se somassem no escuro
buraco-negro da saudade sem fim. -- de mim.