Mortos
Os olhos vidrados,
olhos sem brilho,
corpos descarnados,
os ossos alvacentos
apodrecendo ao sol.
O sangue derramado,
o sangue escorrendo
das minhas mãos...
Nessa noite eterna,
entre os mortos,
eu caminho só.
Tenho medo, pavor,
mas sou obrigado
a viver entre eles
num eterno terror.
Nessa desolação,
aflita melancolia,
vozes chamam,
e clamam e chamam...
Minha voz também clama
e chama e clama,
mas são apenas os mortos
que podem me ouvir.