Feridas ferinas.
Minhas feridas.
Minhas feridas tão doídas, tão tristes, tão sofridas!
Minhas feridas... minhas feridas, que tanto obscurecem minha vida!
Minhas feridas, descendo pela garganta abaixo, empurradas por um mundo sem coração.
Minhas feridas.
Feridas dolorosas doloridamente horríveis.
Ah, essas feridas tão ressentidas, trazidas por essa vida tão sem sentido!
Feridas... sim, minhas feridas...
Feridas que corroem o meu corpo, a minha alma e o meu coração.
Feridas por dentro.
Feridas por fora.
Pois, sim, que o mal existe.
Ah, sim o mal existe e persiste.
Sim, porque de todo mal que existe, existem dois: o mal que vem de dentro e o mal que vem de fora...
E todo mal causa ferida...
E toda dor causa sofrimento a meu viver...
Mas, tenho que seguir...
Seguir com o coração machucado, a alma lacrimosa e a carne estraçalhada.
Sim, eu sozinho andando cambaleante: meio morto e meio vivo; mas com o corpo e a alma todos cheios de feridas.