Reforma

Embrulhei todas as velharias cerebrais

arranquei as ervas daninhas cardíacas

(nem pra adubo aquelas porcarias serviram)

enterrei tudo no quintal de casa

Entrei, sentei na cama

Chorei.

O vício veio de mansinho

De mãos dadas com o marasmo

Me abraçaram por trás

e trouxeram o sono.

E eu fui, sem pensar...

O silêncio esmurrou meus ouvidos

Na inércia, fui derrubada

Sem orgulho, sem beleza e sem nada

Arrastei-me até a cozinha

arranhando a caneca

Fiz o café

Me olhei pelo espelho do microondas

Ri de mim mesma

Pensei em sanatório, clínica, psicólogo

Amigo, cigano, astrólogo

E de que adiantaria?

Se nem eu me entendo

Imagina esse povo louco!

Isabella Narcizo
Enviado por Isabella Narcizo em 09/05/2012
Reeditado em 09/05/2012
Código do texto: T3659047
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