MATE-ME, MINHA ALMA!

A minha vida senhor está acabando!

E por que logo em mim,

Que me acreditava ser feliz, tão vivo!?

Porque a minha vida em alma senhor,

Assim, tanto me judia...,

E em mim morre a cada dia?

Por que meu Deus?

Ó Por favor,

Ajude-me meu Deus, eu te peço!

Ela aos poucos está me abandonando...

E o meu rico perfume de jasmim,

Do meu corpo não é mais cativo!

Encontro-me neste poço, sujo de suor,

Onde a minha carcaça fria,

Isolada - presa em agonia,

Lentamente me diz adeus...,

Rói-se em pavor;

Num tempo que eu não mais meço!

Perdoei a minha insanidade meu senhor,

Se apenas penso em meu fim.

Nesta aflição que me devora em soluço, eu choro

Em meu desgosto que aflorou, mesmo aqui já existindo.

E nesta minha dor assim...,

Que parece ser uma enorme praga, infinita!

Me leve! Mate-me então, nesse eu sofredor!

Arranque os meus olhos de mim,

Para não ver minha crucificação a que tanto lhe imploro;

Para que teu céu eu não alcance, no meu chão se abrindo,

Onde essa alma tão ruim,

Sem misericórdia..., profunda me habita!

O meu existir é muito doente!

Vivi prazeres em perversidades sem perdão,

Que a minha alma imunda e condenada,

Agora paga..., e ainda pagará eternamente;

Pois, ternura, honra e paz - o tempo jamais devolve,

Aos corpos inocentes, qual meu corpo se fez usura!

Mate-me! Não sou mais gente,

Fure e arranque o meu coração!

Deixe em sangue minha carne vil, desgraçada!...,

Extermine esta mente demoníaca, inconseqüente...,

Que como ser humano, apenas me envolve;

Pois, no passado também fui vítima de profana loucura!

Mate-me, para que nunca mais eu possa voltar!

Pra nunca mais, neste eu agora, vidas venham a se usurpar!

Sepulte a mim e pra sempre, esta minha alma sedenta infernal;

Para que o eu morto, antes imaculado, tenha o sono, fraternal!

Setedados
Enviado por Setedados em 07/05/2012
Reeditado em 08/05/2012
Código do texto: T3655585
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