PRESSENTIMENTOS...
Pressinto que em relação a ti está míope minha cosmovisão
Teu mundo é o que está bailando constantemente em tua volta
Talvez o que haja na distância seja apenas um bom refrigério
Mas seguirei essa norma nova para mim e ficarei em silêncio
Não discutirei possibilidades do venha a ser ou mesmo já seja
Vou ater-me a teoria do caos onde tudo será como deve ser
Fugindo do mito aliciante de que tudo acontece como desejamos
Alguns fatos não se coadunam com estruturantes argumentos
E os deslizes mesmo que suculentos nunca tem o sabor da verdade
Sei que ainda não sou imune a essa tua intransigente ausência
Ser indiferente talvez seja mais seminal que minha imbecil insistência
E no transcurso desse limbo a verdade sublinhar surja naturalmente
Então ficarei alijado de todo esse processo conscientemente
Já que tua liberdade vale essa prisão sem muros em que me encontro
É noto que estás no ápice de teu esplendor feminino e social
Incólume a todas as celeumas que trás em seu bojo sentimentos
Segue o transcurso malevolente da modernidade paulatinamente
Com a vitalidade que transpõem todas as tensões pessoais
Dominarei esse meu querer vibrante abrangente e subversivo
E que os ventos do acaso fluam até onde se inicia o ocaso
Para que não me atinja com voragem esse onírico pressentimento
E que possa suportar esse teu trilhar pungentemente indiferente
Observador desses pólos contraditórios de uma mesma ciranda
Enquanto o novo devassasse as disritmias do que não previ
A seiva de tua existência ainda continua a alimentar minha vida
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