Planeta Desencanto

Eu, planeta sem acalanto

Fúria da fúria em discórdia

Cavaleiro roto, cambaleante

Sequer salvei meus sonhos,

Nada curto, nada anseio,

Apenas, no silêncio,

Me desencanto

Caminho algures

A chuva molha o meu coração

Vagueio pelos rasgos do relâmpago

Meus olhos vêem escuridão

Deus tende piedade de mim

Tende piedade de mim e de todos os homens

O meu universo me assombra

Por certo assombra a todos

Todas as noites de chuva são cálidas e doídas

A noite chuvosa lava as almas entristecidas

Porém só o amor cicatriza as feridas, não o tempo

Oh breu infernal da noite

Não és mais que escuro que o escuro da alma

Que mora em mim e no meu silêncio

Todo silêncio é um universo,

Todo universo é cisma,

Toda cisma é inconformidade,

Toda inconformidade é desassossego

Todo desassossego é dor,

Toda dor é desamor

Todo desamor é ferida

Toda ferida é tempestade

Que se bebe no copo da vida

Raios que ferem e fundem a matéria

Meu coração é anti matéria

Poço quântico de dúvidas e torpor

Rogo pela humanidade, rogo por mim

Rogo por todos os desafortunados

Que como eu,

Se afogaram no lago

Fundo do amor!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 31/01/2007
Reeditado em 15/03/2023
Código do texto: T365368
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