Planeta Desencanto
Eu, planeta sem acalanto
Fúria da fúria em discórdia
Cavaleiro roto, cambaleante
Sequer salvei meus sonhos,
Nada curto, nada anseio,
Apenas, no silêncio,
Me desencanto
Caminho algures
A chuva molha o meu coração
Vagueio pelos rasgos do relâmpago
Meus olhos vêem escuridão
Deus tende piedade de mim
Tende piedade de mim e de todos os homens
O meu universo me assombra
Por certo assombra a todos
Todas as noites de chuva são cálidas e doídas
A noite chuvosa lava as almas entristecidas
Porém só o amor cicatriza as feridas, não o tempo
Oh breu infernal da noite
Não és mais que escuro que o escuro da alma
Que mora em mim e no meu silêncio
Todo silêncio é um universo,
Todo universo é cisma,
Toda cisma é inconformidade,
Toda inconformidade é desassossego
Todo desassossego é dor,
Toda dor é desamor
Todo desamor é ferida
Toda ferida é tempestade
Que se bebe no copo da vida
Raios que ferem e fundem a matéria
Meu coração é anti matéria
Poço quântico de dúvidas e torpor
Rogo pela humanidade, rogo por mim
Rogo por todos os desafortunados
Que como eu,
Se afogaram no lago
Fundo do amor!