"UM RAIO PAGÃO"

Valdemiro Mendonça

Ele perto do arame da cerca,

A chuva violenta se armando...

O clarão,

Sobe ao céu E desce a terra ,

Todo seu sangue vai sujando,

O chão.

O som rouco de uma trovoada,

A boiada correndo e mugindo,

A dor.

O branco e silencio do quarto,

Aquele anjo carinhoso sorrindo,

O amor.

A fazenda a tarde e o violão,

A paz, o sonho e a felicidade,

A lida,

O tempo não diminui à paixão,

Alegria do amor traz novidade,

Da vida.

A charrete o folguedo, o passeio,

A chuva forte caindo e caçoando,

De mim,

Raio, cavalo indômito a ribanceira

Duas vidas inocentes e chegando,

Ao fim.

A mulher e a filnha um tesouro,

Foram-se sem gestos de adeus.

Descarga assassina?

Para que mais vida ou o ouro?

O raio pagão, levou os gostos seus

A esposa e a menina

Na cidade o vicio, a tristeza,

A sarjeta o escárnio de quem:

O vê,

A mão implacável do destino,

Fez uso de um raio assassino...

Por quê?

Trovador

Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 04/05/2012
Código do texto: T3649589
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