Sina
Conta carneirinhos
Canta a ti ninar
Conta os teus cachinhos
Enlaça-os no anelar
Cadeirinha de balanço
O vento vem soprar
Levar para bem longe
Saudades do além-mar.
Enlaça-te... Abraça-te...
No colo seu imaginário e frio
Brotam dos olhos águas do rio
Rio de nós... Ria!
Brota das mamas leite vida tua!
Do ventre amoroso de outrora...
Resta agora apenas o vazio!
Conjulga o verbo amar
Em todos os tempos hajam!
E roga trégua à esta dor!
O Poeta se expõe! Se expõe - Expõe!
O amor que grita e os cachos de sonhos!
Enlaça-os no anelar e conta carneirinhos
E faz que vai dançar... A chorar e a gritar!
E faz uma prece e não sabe a quem!
E faz uma jura que não vai cumprir!
E a dor é companheira e o desdém?
É sina que nunca se cumpre.
O Poeta se expõe...
Esta sim... Se cumpre.
Karla Mello
02 de Maio de 2012