Hikikomori
Hikikomori
Invisível
Aparentemente gélida
Imperecível
Passa e ninguém vê
Nem mesmo considera-se um ser
Caminha por caminhar, mas não tem o que fazer.
Erra e aparece
Todos vêem
E o ser se emudece
Nas ruas sua sombra é a única ao seu lado
Vê o mundo girando, mas tudo parasse parado
Anoite adimira a lua
Nua
Vestida somente pelas sombras
E coberta pelo véu da luz do luar
Ajeita-se e solitariamente volta pela noite andar
Atordoada, atormentada volta a perambular.
Feriu todos ao seu redor
Decidiu sozinha caminhar
Cerrou sua voz, decidiu se calar
Tampou seus ouvidos, não ouve mais os vividos ruídos
Lacrou sua vida
Decidiu uma sina
Escolheu a palavra
E junto ao seu tumulo e ao seu coração
Escreveu,marcou,idealizou e usou
Caminha solitariamente
Confinada na sua cela
Vestida pela escuridão
Banhada pelas lagrimas
E deita em seu tumulo
Lhe deixando flores
E gritando o seu selo, Oh! Hikikomori
(xx/7/2006)