Em Sol Maior...
e és apenas humana
tu és o amor - dor minha
eu - tornei-me um semi-deus
em fé menor
que o grão da mostarda.
entretanto sei de ti
princípio e meio
embora desconheça o fim.
e desfaço-me
ao Sol Maior
e ergo as minhas mãos
ao Sol e ao céu
e sinto-me tão só.
e o meu amor a ti
arde tal a fogueira
que sái do teu olhar...
e eu sinto tanto frio,
tanto...
e o teu olhar convida-me
de mentirinha
a aquecer-me dentro dele...
nas fotografias
e toco-as, cheiro-as, cheiro-te
e amo-te tanto
que posso aquecer-me a saudade
do que fomos nós
apenas ao tocá-las.
semi-deus pecadora que sou
e queria tanto eu
lavar-te o coração magoado
com lágrimas minhas - puras apenas a ti.
e queria tanto eu
poder amar-te como d'antes
quando aquecias-me
no fogo ardente do teu olhar à mim
que era, não sei se de amores,
ou de amores necessários.
mas se queres mesmo saber - um dia,
contentaria-me eu
com este teu amor migalhinhas de pão
haja que sou passarinho - vivo pouco e amo muito.
e queria apenas poder eu
pousar o batente quente
do teu bom coração.
bom coração sim - não te esqueças!
sei de ti princípio e meio
apenas não sei o fim - de nós.
sinto-me perdida, perdida...
no amor imenso que te dou
espalho-o e sopro-o
da janela minha
e aproveito o vento favorável
nem sempre o é.
e rogo e choro e rego e canto - a ti
todos os dias...
ao nosso amor... em Sol Maior.
Karla Mello
28 de Abril de 2012