Dolorido Ser
Ah, dor!
Mensurada...
Na extensão da métrica
Pesada...
Na eloqüência do verso
Provada...
No amargor da vírgula
- Este silencio pesaroso.
Até quando arpoareis Meus lábios?
Até quando vassalareis meus dias?
Envenenareis perpetuamente meu eu?
Ah, dor!
Sombra que frescor não traz
Sol sem calor que me valha
Dor, menina dor...
Dorme em meus olhos
Acorda em minha carne
Ou adulta dor...
Agrisalha-me a testa
E o que resta?
A dor,
Pelo sol de seus olhos
Que ora se desbotou;
Pelo espelho de meus olhos
Que inútil te procurou.