Liberta-me...
Me tem compaixão
Destes grilhões que prendem-me
E que deixam-me sem respirar.
Sem ver o sol
Ahh... eu amo o sol!
Sou sua filha!
Estas correntes tão pesadas...
Doídas, amor meu
E a dor já nem cabe nas palavras.
Dá-me a tua compaixão
Olha-me, amor meu!
Eu posso voar!
Nasci com pequenas asas
E tantos, muitos sonhos!
Perdoa-me, amor meu...
Não nasci para nada pouco.
Existo largamente na vida!
E grita dentro de mim
Uma liberdade inquieta
Que nem sempre gosto de senti-la.
Queria poder ser comum...
Ou silenciosa e resignada
Tal a Virgem Maria.
Mas há tanto barulho
E tantas em mim, tantas!
Não poderia ser apenas uma...
E não caberiam tantos sonhos.
Amam-me, meu amor...
Eu preciso de algo real.
Acalma-me e canta para mim...
E quebra estes grilhões...
Basta que sopres
E saia da boca tua a brisa do amor
Que declama-me lindos versos
Todas as vezes
Em que os nossos olhares
São apens um.
Liberta-me, amor meu!
Deixa-me voar...
Nasci para voar em versos e sonhos.
Liberta-me...
Karla Mello
Abril/2012