Eu sou a dor
Eu sou a dor que grita dentro de mim,
que me invade
e sufoca.
Eu sou a dor que me arrebata da vida
e me furta dos meus
e dos sonhos.
Eu sou a dor que me faz abandonada
qual rua deserta
depois que todos se foram.
Eu sou a dor da perda
que, de olhos enfumaçados,
tenta descortinar alguma esperança
e vislumbrar o indizível.
Eu sou a dor
da impossibilidade de continuar dizendo.
A dor da finitude
perante a vastidão de possibilidades.
Eu sou a dor da contradição
que tensiona em mim
finito-infinito
e um alongar da vista
para ver além...
Josely.
14.11.05 SEG 14:45
Dedicado à minha mãe, cuja partida se deu em 26/10/05.