Um quadro vazio
Buscar sorrisos em sonhos mortos,
A dor cavalgando a alma em cruéis galopes
Lágrimas rolando soltas no rosto triste
E a solidão gritando estérica, num silêncio mórbido,
Que as cicatrizes da alma se fizeram chagas.
A tristeza canta canções em sussurros largos,
A angustia em frenético gozo, num indecente coito,
Com o nada pari indolente sonho que nasceu morto.
E o pensamento corre em lembranças tropegas
A procurar momentos que se foram ao tempo.
A alma em desespero grita orações perdidas
Que se fizeram eco em horizontes que ninguém vê.
E patético, um suspiro clama, entre os soluços
Que se fazem canto, que se fazem reza,
Que quer fugir do peito que agora arfa sem poder gritar.
O tempo se pinta em cinza, a alma se pinta em dores
Assim um quadro se faz pintado em tom sobre tom.
Tentando um fiel retrato num espaço que o tempo
Se faz cinza... se faz preto... se faz marrom