De partida
Não, já não dá mais.
O que era calmo é caos agora.
De mala pronta.
Dentro dela, bem escondida,
Vais à saudade que depois vai bater forte.
Pois hoje ainda é ontem.
E a lembrança de antes vai ser o remédio pra depois.
A porta está aberta
E lá fora na certa a estrada não diz
Onde vai dar.
A casa é grande;
Cabe o mundo.
Mas a tristeza tomou conta de todos os cantos.
O sapato velho pronto pra caminhar.
Um dia foi novo
E tanta história pode contar.
Mas a surra do tempo
Diz que no momento trocar passos
Não é nada se não há o pensar.
A mala à mão.
Três passos e a porta se fecha.
Mira a rua, estreita e torta.
O que conforta é possibilidade da extinção
Daquilo que um dia deixou de ser o céu
Para ser o mar revolto.