Pacto
Vivíamos assim de quando em vez
Assunto truncado trocado com rapidez
Sabíamos da verdade e da triste aridez
Quem sabe morresse a lucidez
E o pacto fosse desfeito entre o riso e a insensatez...
Mas era pacto de amantes dantes..amigos por demais
Macho e fêmea não tão animais..lamentávelmente racionais
As ameaças nunca cumpridas..risadas fenomenais
Vida por vida..sempre fomos assim..vida e morte..iguais...
Tu andavas pela nossa casa..eu te sentia pelo ressonar
Tuas angustias e alegrias eu conhecia.. até o teu pisar
Tua bermuda azul e o jeito só teu de me olhar
Tua agonia ante minhas tristezas..teu zelo ao meu chorar...
Tua bondade e a capacidade de deixar as coisas jogadas
Tanta calma para uma mulher tão agitada
Tantos anos rápidas separações e voltas desatinadas
Decisão..amigos meio que amantes e a paz selada...
Resolveríamos a vida juntos..depois..vidas separadas
Fomos nos esquecendo.. mas era coisa juramentada..sagrada
Era preciso que as vezes fosse planejada..lembrada
Era preciso que muitas vezes fosse olvidada...
Aconteceu..cumprimos o pacto e não sei dizer mais nada..
Nossa casa está limpa..arrumada...
Vinte e muitos anos..mais nada...
Para você Júlio César
Eu, Dorothy