De Compostela III
Bate a chuva nas janelas da cidade
bate, bate desatada e louca,
na parte alta e gris, onde os vivos moram.
Cá em baixo, na terra do mundo
os mortos da necrópole jogam-se a vida
por quatro paus de corações.
E nas ruas, esmagadas
pelos pés do abandono,
as esperanças afogam
na lama do tempo
e do porvir.