Juventude anômala
Sinto-me prestes a trasbordar...
Cheio sim, cheio de um vazio que nada completa, mas lúcido!
Lúcido em uma imensa viagem de embriaguez constante
Onde os pesares retornam ao amanhecer
Juntos aos primeiros raios de sol
Que penetram a janela e me queimam o rosto apático
De tanto observar as mesmas belezas e
Minh’alma que sente as repetidas canções dos pássaros que alegram a primavera.
Os pensamentos acordam ferozes
Como uma besta em fúria que acabara de se libertar da jaula
E sedentos de idéias sádicas rasgam as entranhas do dia lúgubre que se segue
Como preâmbulo de um pesadelo interminável.
As batidas de meu coração pulsam a raiva de amar e
O ódio de ser amado pelo descaso...
Vivencio o que poderia ser se assim não fosse,
Eis que me sinto sofrer,
Tamanha angústia que este desejo trouxe...
Não sou novo,
Sou velho,
Antiquado,
Desesperado por não conseguir desvendar os meus mistérios!
A vida persiste,
A morte espero,
Uma saída sei que existe
E muitas vezes é a única para um velho...