NOITE DE PARTOS
É! Passou...
Foi-se a noite.
Tão fria... Tão escura...
Tão estúpida
com seus açoites.
Mas, e agora?
O clarão crescendo.
Por que a demora?
Como um parto,
vem nascendo...
Vem o dia
nascido dolorido.
De partidas que nascem,
de “partos” nascidos.
Vidas que se abrem...
Agora, dia chegado.
Viva?
Sem sol, sem solo.
Dia que vadia...
Tão mórbido.
Ó, que dor!
No espelho um reflexo.
Será provisório?
Um céu vermelho?
Não! Só são meus olhos.